terça-feira, 12 de março de 2019
terça-feira, 26 de fevereiro de 2019
Alternativas à lógica clássica: intuicionismo e paraconsistência
quinta-feira, 3 de agosto de 2017
quarta-feira, 29 de março de 2017
Sobre o 'princípio de composicionalidade'
Como a linguagem é possível? Como é possível, a partir da aprendizagem
de um vocabulário básico e finito de uma linguagem, formar um sem
número de novos enunciados, novas proposições que expressam
pensamentos que nunca foram antes formulados? Pois isso é possível.
Apesar do vocabulário de uma linguagem ser mundo grande, como uma
olhada no dicionário revela, ele é pequeno quando comparado com o
número imenso de sentenças que compõem os livros das bibliotecas
espalhadas pelo mundo. Dentre essas sentenças, poucas são idênticas.
Dentre as sentenças que lemos, poucas são as que nós vimos antes. Como
é possível que o leitor compreenda essas sentenças? Como é possível
que o leitor as conceba e formule?
A resposta é óbvia, mas suas implicações são poderosas. Nós podemos
aprender uma linguagem porque seu vocabulário e suas regras
gramaticais são relativamente pequenas – ambas podem ser reunidas em
um pequeno número de volumes. Um dicionário de alguns volumes como o
Oxford English Dictionary contém pouco mais que o vocabulário da maior
parte dos falantes individuais do inglês. E mesmo esse dicionário
consiste de dez ou doze volumes, o que é uma pequena parte da
biblioteca onde ele está. A partir desse vocabulário, as regras
gramaticais permitem a criação de um número infinitamente grande de
sentenças. Para que possamos entender tais sentenças, os significados
das palavras individuais são combinados de acordo com a estrutura
estabelecida pela gramática. Em outras palavras, da mesma forma que
uma sentença é literalmente composta pelas palavras que ela contém, o
significado de uma sentença, a proposição, é de alguma maneira
'composto' pelos significados das palavras que ela contém. A idéia
inicial é óbvia: entendemos novas sentenças porque entendemos como
seus significados resultam dos significados das palavras que as
constituem. As implicações disso não são óbvias, e o que isso diz não
é tão claro: os significados das palavras se combinam de algum modo
para compor o significado da sentença completa, a proposição por ela
expressada.
O princípio em questão aqui é por vezes chamado de 'princípio da
composicionalidade', outras vezes de 'princípio de Frege', o grande
filósofo alemão da matemática e da linguagem do fim do século XIX. Os
dois termos cobrem aplicações bastante diferentes da idéia básica. Mas
a motivação subjacente é a mesma. De algum modo precisamos explicar a
'criatividade' da linguagem, o modo pelo qual uma criança, ao ouvir um
número finito e pequeno de enunciados, desenvolve a habilidade de
produzir e compreender um sem número de proposições que não estão
entre os dados sobre os quais tal habilidade foi desenvolvida. A
explicação é a mais simples e a mais plausível para preencher essa
lacuna, e está de acordo com a experiência pessoal, do falante de uma
linguagem, de participar de uma conversa – um conjunto de enunciados
seus e de outros falantes. Os dados iniciais e os novos enunciados
produzidos são analisados em componentes significativos, e é postulada
uma conexão entre o todo e as partes. Mas o que é essa conexão?
Aqueles que chamam essa idéia de princípio de 'composicionalidade'
estarão inclinados a interpretar essa conexão de modo bastante
literal. Eu mencionei no capítulo 1 como Russell considerou que as
proposições – significados das sentenças e objetos de crença – teriam
como constituintes particulares e universais. Assim, por exemplo, a
proposição que Sócrates é sábio teria, literalmente, Sócrates e a
sabedoria como constituintes. Para Russell, o significado de
'Sócrates' era o próprio filósofo Sócrates, em pessoa; e o significado
de 'é sábio' era o universal ou a propriedade sabedoria. Portanto, o
significado da sentença 'Sócrates é sábio' seria composto por Sócrates
e a sabedoria, do mesmo modo que a sentença é composta por sujeito e
predicado. Uma visão mais sofisticada, diferentemente, aponta para uma
dependência funcional do significado da expressão complexa em relação
aos significados das suas partes. Considere uma analogia: 4 é o
resultado do quadrado de dois, 4 = 22, mas 4 não contém literalmente o
número 2 como um constituinte, tampouco contém a função y = x2, que
recebe um número x e o eleva ao quadrado produzindo um número y.
Antes, 4 é o resultado de aplicar ao número 2 a função que eleva um
número ao quadrado. Para Frege, é desse modo que se estabelece a
conexão entre o significado de uma sentença e os significados das suas
partes. O quadro é mais complicado porque Frege distinguia o
significado da expressão dos seus componentes. Mas o princípio é
preservado: o significado de uma expressão complexa, uma sentença por
exemplo, resulta dos significados das suas partes e pode ser calculado
a partir deles. Assim, a compreensão das partes e do modo elo qual o
todo depende das partes explica a compreensão do todo.
* * *
segunda-feira, 27 de março de 2017
Sobre a natureza da lógica
Extraído de Carnielli & Rodrigues, TOWARDS A PHILOSOPHICAL UNDERSTANDING OF THE LOGICS OF FORMAL INCONSISTENCY.
sexta-feira, 19 de setembro de 2014
Workshop: Advanced Reasoning Forum at UFMG
livros nas áreas de filosofia, lógica e linguística, visitará a UFMG
nas próximas duas semanas.
Abaixo, a programação. As palestras serão todas em português.
Dia 23 de setembro, terça-feira, 14h, auditório Baesse
Palestra: Pensamento Crítico
Richard Epstein
Dia 24 de setembro, quarta-feira, 15h30
Sala 4094
Mesa: Teoria de Conjuntos
Richard Epstein, Antonio Coelho, Abílio Rodrigues
Dia 26 de setembro, sexta-feira, auditório Bicalho, 14h
Palestra: O Mundo como Processo
Richard Epstein
https://www.dropbox.com/s/st2s199hqg6nsds/Epstein.WP.pdf
Dia 29 de setembro, segunda-feira, sala 4094, das 9h às 12h e das 14h às 17h
Mesa:: Paraconsistência, Modalidades e a Natureza da Lógica
Dia 1º de outubro, quarta-feira, sala da Congregação, 15h
Palestra: Linguagem, Pensamento e Significado
Richard Epstein
https://www.dropbox.com/s/xmhc3fp7u7uq1yg/Epstein.LTM.pdf
Apoio: CNPq, Programa de Pós Graduação em Filosofia da UFMG
sábado, 9 de agosto de 2014
Prática de pesquisa IV - ementa e bibliografia
Prática de pesquisa IV
Tema: Lógicas não clássicas: intuicionismo e paraconsistência.
Ementa: Consequência lógica: o que se segue de quê. A lógica clássica. Os princípios do terceiro excluído e da não-contradição. O princípio da explosão. Lógicas não clássicas: primeira abordagem. Intuicionismo de Brouwer e Heyting: existência, infinito e verdade. Lógica intuicionista. A contradição na história da filosofia: Heráclito, Aristóteles, Kant, Hegel. Paraconsistência e dialeteísmo. Contradições nas ciências empíricas. Lógicas paraconsistentes.
Bibliografia básica:
Aristóteles. Metafísica.
Haack, S. Filosofia das Lógicas. Ed. UNESP.
Chateaubriand, O. Logical Forms. CLE-UNICAMP.
da Costa, N. Ensaio sobre os fundamentos da lógica. Hucitec.
da Silva, J.J. Filosofias da Matemática. Ed. UNESP.
Hegel, G.W.F. Enciclopédia das Ciências Filosóficas – vol. I. Loyola.
Heyting, A. Intuitionism: an introduction. North-Holland.
Kant, I. Crítica da Razão Pura. Ed. Calouste.
Kirk, G. S. Os Filosofos Pré-socraticos. Ed. Calouste.
Priest, G. An introduction to non classical logic. Cambridge.
________. Doubt Truth to be a Liar. Clarendon Press.
Rodrigues, A. Lógica - Coleção O Prazer de Pensar. Martins Fontes.
sábado, 31 de maio de 2014
Monitoria próxima segunda
terça-feira, 27 de maio de 2014
Próximas aulas e prova
segunda-feira, 5 de maio de 2014
Hitler against Godel - sensacional
warned me against them."
https://www.youtube.com/watch?v=mHD08tI0T30
domingo, 2 de março de 2014
Superior Tribunal Federal
Isso é tão grave, mas tão grave, que não pode passar despercebido.
Nem pode ser facilmente esquecido.
Abraços.
"Diante da reação temperamental de um colega, o ministro suscitou a
hipótese de que o abandono da técnica judicial, para agravar mais as
penas, visasse um destes dois objetivos: evitar o reconhecimento de
que o crime estava prescrito ou impedir que os réus gozassem do
direito ao regime semiaberto de prisão, em vez do regime fechado a que
foram condenados.
Hipótese de gritante insensatez. Imaginar a mais alta corte do país a
fraudar os princípios básicos de aplicação de justiça, com a
concordância da maioria de seus integrantes, é admitir a ruína do
sistema de Justiça do país. A função do Supremo na democracia é
sustentar esse sistema, viga mestra do Estado de Direito.
O ministro mal concluiu a hipótese, porém, quando alguém bradou no
Supremo Tribunal Federal: "Foi feito para isso sim!". Alguém, não. O
próprio presidente do Supremo Tribunal Federal e presidente do
Conselho Nacional de Justiça."
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/154602-uma-frase-imensa.shtml
Um vídeo está aqui: http://www.youtube.com/watch?v=HNoQJ4f1mJY, (50:20
até 50:43)
sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014
V Colóquio Temático em Filosofia Analítica
PROGRAMA
Dia 12 de março de 2014, quarta-feira
9h30 Palestra
aproximações
Ivan Domingues (UFMG)
10h30 Mesa: Psicologismo em Frege e Husserl
Marco Ruffino (UNICAMP), Celso Braida (UFSC), Mario Porta (PUC-SP)
Dia 13 de março de 2014, quinta-feira
10h30 Mesa: Percepção
Alice Serra (UFMG), André Abath (UFMG), Ernesto Perini (UFMG)
14h30 Mesa: Hegel e a lógica paraconsistente
Abilio Rodrigues (UFMG), Leonardo Vieira (UFMG), Michela Bordignon (PUCRS)
16h30 Palestra: Wittgenstein sobre 'instantes' e 'pontos' - Andre Porto (UFG)
Organização: Abilio Rodrigues e Ernesto Perini
Linha de Pesquisa Lógica e Filosofia da Ciência
Apoio: Programa de Pós-graduação em Filosofia da UFMG
segunda-feira, 28 de outubro de 2013
sexta-feira, 4 de outubro de 2013
Atividades - Filosofia da Lógica
1. Explique a posição filosófica denominada dialeteísmo.
2. 'Acatar o dialeteísmo implica em acatar algum tipo de lógica
paraconsistente, mas a conversa não é o caso'. Você concorda?
Justifique sua resposta.
3. Explique a formulação do paradoxo do mentiroso na linguagem
natural. Explique por que é inútil adotar uma lógica de três (ou mais)
valores de verdade para evitar o paradoxo.
4. Explique informalmente o que são os paradoxos de Cantor e Russell.
5. Ler o livro Gama da Metafísica de Aristóteles localizando e
analisando os argumentos em defesa do princípio de não contradição.
Link: https://dl.dropboxusercontent.com/u/5959592/Metafisica.Gamma.txt
terça-feira, 24 de setembro de 2013
Palestra - Lema Diagonal e Autorreferência
Lema Diagonal e Autorreferência
Guilherme Araújo (UFMG)
Sexta-feira, 27 de setembro, 14h30
FAFICH, Sala 4094 (a confirmar)
sexta-feira, 13 de setembro de 2013
Prova - Filosofia da Lógica
Abraços
1. Explique cada um dos diferentes aspectos da lógica que são
apresentados por Tugendhat no capítulo 1 do livro Propedêutica
Lógico-semântica.
2. Por que Chateaubriand considera que o caráter primordial da lógica
é metafísico e não linguístico? Justifique sua resposta apresentando e
analisando argumentos de Chateaubriand.
3. Responda:
(i) O que é um sistema lógico contraditório?
(ii) O que é um sistema lógico trivial?
(iii) O que é um sistema lógico explosivo?
4. Explique, do ponto de vista das lógicas da inconsistência formal a
equação abaixo:
Contradictions + Consistency = Triviality
5. Por que as duas noções de inconsistência abaixo são equivalentes do
ponto de vista da lógica clássica, mas não para lógicas
paraconsistentes?
(i) S é consistente sse não existe A tal que A e não A são teoremas de S.
(ii) S é consistente sse existe B tal que B não é teorema de S
sexta-feira, 6 de setembro de 2013
Material para terça-feira 10/set
https://copy.com/3kCIXVLGvi0cms3W
domingo, 25 de agosto de 2013
sexta-feira, 2 de agosto de 2013
Lógicas paraconsistentes e a natureza da lógica
Material para o curso já está disponível no Dropbox.
Corrigindo: o código da disciplina é FIL070.
Para terça dia 6, leiam o texto do Tugendhat.
Abraços
terça-feira, 30 de julho de 2013
sexta-feira, 19 de julho de 2013
Edital - Monitoria de Lógica
monitor de lógica.
Bolsa: R$400,00
A seleção será no dia 7 de agosto.
Mais detalhes no edital abaixo
https://dl.dropboxusercontent.com/u/5959592/edital.log.PDF
domingo, 7 de julho de 2013
terça-feira, 25 de junho de 2013
Disciplina de Filosofia da Lógica - 2013.2
quarta-feira, 19 de junho de 2013
Grupo de Lógica - 2013.2
sábado, 8 de junho de 2013
Apresentações - Frege
Abraços
Otávio e Wagner - Introdução à Lógica de 1906 e Carta a Husserl de 1891 - Data: 10/06
Edgar - Fundamentos da Aritmética - Data: 12/06
Laiz e Regina - Função e Conceito - Data 19/06
Bruno e Glauber - Lógica de 1897 - Data 24/06
domingo, 19 de maio de 2013
Conceitografia - segunda 20/5
Na aula de amanhã, segunda, vamos fazer uma leitura rápida da parte 1
da Conceitografia, §§ 1 a 12.
Sugiro que antes da aula todos façam uma nova leitura, identificando
eventuais trechos relevantes ou problemáticos.
Leiam também o texto do Margutti
https://dl.dropboxusercontent.com/u/5959592/margutti_conceitografia.pdf
Se houver tempo, passamos para o Prefácio das LBA.
Abraços
Palestra - Sobre o caráter definicional dos axiomas de ZFC
Sobre o caráter definicional dos axiomas de ZFC
Dia 22 de maio, quarta-feira, às 16h na sala 3036.
ZFC é, em certo sentido, a teoria de conjuntos padrão. O estudo das consequências de seus axiomas e o estudo de seus modelos, isto é, de
estruturas que satisfazem esses axiomas, são tópicos relacionados, mas distintos. Uma visão definicional dos axiomas de ZFC conduz, naturalmente, a
uma ênfase no estudo dos modelos de ZFC. O objetivo desta exposição é explicar, segundo linhas propostas por Kenneth Kunen, alguns aspectos dessa
visão definicional.
sábado, 11 de maio de 2013
Informações úteis
sexta-feira, 10 de maio de 2013
Frege
Marco Ruffino, O verdadeiro, o bom e o belo em Frege
http://www.oquenosfazpensar.com/adm/uploads/artigo/o_verdadeiro,_o_bom_e_o_belo_em_frege/marcoruffino.pdf
Dirk Greimann, A caracterização da lógica pela força assertórica em Frege - Resposta a Marco Ruffino
http://www.cle.unicamp.br/manuscrito/public/abstract.php?id=331&edicao=34